Leia e avalie como se explica uma pessoa que não entende o que está fazendo e desconhece o sistema de proteção social do Brasil. O pretenso Ministro não tem a menor noção do que está dizendo, parece nem ter ao seu lado quem entenda e só utiliza de senso comum para destruir um trabalho consagrado mundialmente, com controle interno, externo e controle social. Coloca, com palavras rasas e irresponsáveis um trabalho ilibado técnica e politicamente.
Precisamos reagir, pois estes tipos de discursos manifestam claramente a opção pela destruição das conquistas sociais.
Leia a reportagem:
“O novo ministro do Desenvolvimento Social e Agrário, Osmar Terra, afirmou nesta terça-feira, que é preciso aperfeiçoar os mecanismos de controle sobre beneficiários do Bolsa Família. Em entrevista concedida ao jornal O Globo, disse que um pente-fino poderá provocar o desligamento de até 10% dos beneficiários do programa.
Na avaliação do ministro, a fórmula atual permite fraudes, já que o sistema conta com um mecanismo de “autodeclaração” da renda. Na prática, o próprio indivíduo declara a sua renda nos centros de assistência social municipais – o que, segundo o ministro, pode gerar uma declaração de renda menor do que o trabalhador recebe de fato.
Terra também chamou a atenção para a quantidade de pessoas que ainda recebem o benefício.
— Se reduzimos a pobreza como o governo sempre disse, não tem justificativa 50 milhões de pessoas (atualmente 14 milhões de famílias) precisarem de R$ 165 por mês para não estar na miséria. Alguma coisa tem que ser corrigida, aperfeiçoada — afirmou.
Dentro dessa perspectiva, o ministro sinalizou que podem existir falhas nos mecanismos de controle sobre os beneficiários, fazendo com que “pessoas que não precisam” acabem recendo o Bolsa Família. Terra disse que o sistema de avaliação é “precário”.
— Tem um cadastro único que tem mais de 100 perguntas, mas esse cadastro é autodeclarado. Ou seja, a pessoa pode chegar lá no município e declarar que ganha menos do que um salário mínimo. Assim, a renda se encaixa no Bolsa e ela passa a receber o benefício. E o sistema de avaliação é precário. Se essas 100 perguntas forem cruzadas, da para enxugar um pouco e focalizar melhor pra quem realmente precisa — disse.
O ministro destacou ainda que o Bolsa Família “não pode ser expectativa de vida”.